
O dramaturgo Nelson Rodrigues já dizia: por 'complexo de vira-lata' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo’. A frase representa o sentimento nacional que foi criado em nosso país após a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 50, noite conhecida até hoje como ‘Maracanaço’. Sim, os brasileiros (como sempre otimistas com futebol) acharam que já estava tudo ganho que não precisava nem entrar em campo naquela final. O resultado todo mundo já sabe! Derrota naquela que foi a mais sofrida derrocada brasileira em Copas.
Mas, por que eu estou falando nisso agora? Porque este sentimento de complexo de vira latas nunca acabou. Ele vai e volta de acordo com o desempenho do Brasil na Copa. Se ganhamos somos os melhores do mundo (muitas vezes ainda contestados como em 1994), mas se perdemos somos os piores, os fracassados, um verdadeiro fiasco. Eu – assim como o saudoso Nelson Rodrigues – acredito na seleção e vou acreditar sempre. Eu tenho ainda mais razão que o próprio Nelson para isso, pois estamos em outra época. Eu, com 25 anos, já vi a seleção ser campeã do mundo duas vezes. Ele, na época dele – ao lado apenas do seu irmão Mário Filho - eram os únicos da imprensa esportiva da época a acreditar na seleção e lutar contra o que ele chamava de ‘ufanismo invertido’. Era uma época ainda mais difícil e o descrédito era absoluto, isso, é claro, até a Copa de 1958, ano do primeiro título mundial do Brasil.
Ontem nos perdemos mais uma Copa. Saímos nas quartas de final diante da Holanda, que sim tem um bom time. Fizemos uma boa Copa? Não como se esperava, mas foi uma participação honrosa. Eu fiquei triste, é claro, mas não podemos esquecer de tradicionais times como França, Itália e Inglaterra que caíram antes das quartas, o que prova que o campeonato é difícil e o Brasil não é obrigado a ganhar todas as vezes, como muita gente pensa. Não podemos nos esquecer que recentemente chegamos em três finais seguidas (94, 98 e 2002) e ganhamos duas. Que outra seleção fez isso?
Para finalizar, relembro que o Brasil é o único time pentacampeão do mundo, o único a participar de todas as Copas; temos o artilheiro dos mundiais e uma respeitosa e consagrada participação neste eventos. Somos e sempre seremos respeitados pelo futebol que praticamos e não devemos – a cada derrota – resgatar o fantasma do complexo de vira latas.
Bola pra frente, 2014 está aí!
Bola pra frente, 2014 está aí!
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